Em 1969, Elizabeth Kübler-Ross publicou o livro "On Death and Dying", onde sugeria o modelo que hoje é conhecido como OS CINCO ESTÁGIOS DO LUTO. Não somente para a morte, mas também para outros tipos de perdas. Será que podemos aplicar esses estágios na nossa conturbada vida amorosa, como no fim de um namoro ou um divórcio? O que se vê na prática é a passagem por no mínimo dois estágios entre o processo de perda e aceitação, ou seja, depende muito da pessoa e da ocasião em si. Claro que uma morte é muito mais difícil de se superar do que uma mera separação entre duas pessoas bem vivas mas que não se suportam, ou não se amam, ou traem umas às outras, e depende também da capacidade de cada pessoa de se levantar, recuperar-se do choque inicial e seguir em frente. Logo depois do fim do relacionamento (principalmente quando é a outra pessoa que termina) entramos em negação... Aquele sentimento de “isso não pode estar acontecendo, eu não acredito, parece mentira...” Quem nunca se sentiu assim, ao ver toda a sua rotina bagunçada pelo término? Muitas fogem da realidade, não se permitem pensar no fato e inventam tudo quanto é programa para evadir-se do acontecido. Quando decidimos enfrentar o problema de frente, aparece o segundo estágio, a raiva! Ficamos p*** com o cara por ele ter aprontado e por ter nos abandonado, temos raiva de nós mesmas por ter nos deixado enganar e muitas botam a culpa em si mesma, esquecendo que um relacionamento é uma via de duas mãos, ou seja, nunca a culpa é de um só... Rasgamos fotos, jogamos fora presentes (ou devolvemos alguns, aquela famosa cena hollywoodiana da caixa de papelão cheia de lembranças do falecido) e juramos nunca mais ligar pra ele ou sequer olhar pra cara dele, só de pensar no desgranhento dá asco! Depois dessa ira passageira – ou não – chegamos no terceiro estágio, a barganha ou negociação, onde o coração fica mais amolecido e pensamos: “Ai eu daria tudo pra ter ele de volta! Que saudades daquele tempo em que fazíamos isso, íamos naquele lugar, saudades disso, disso e daquilo!” É o período em que remoemos as boas lembranças, que ficaram esquecidas na hora da raiva... Depois dessa saudade toda vem a depressão! Esse sim é um estágio perigoso, e é onde a maioria fica mais tempo presa... Vem a culpa novamente, achando que o defeito está em nós, que nunca conseguiremos ser felizes com alguém e vem a baixa auto estima... E depois de tudo isso vem finalmente a aceitação! É quando fazemos uma reflexão de tudo que se passou e conseguimos aceitar que é hora de mudanças, deixar o passado pra trás e se dar uma nova chance de ser feliz... Seja com outra pessoa ou seja ficando sozinha por uns tempos, pra redefinir prioridades ou simplesmente para dar mais atenção a si mesma... O que não se pode é fechar para o mundo e para outros, e perceber que o fim de um relacionamento serve também para nos tornar mais maduras e é uma oportunidade de aprender com nossos erros e com os erros do outro, e quem sabe na próxima vez as coisas serão diferentes... Desistir nunca!
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Perda e aceitação
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21 comentários:
ai, texto de estréia no Divã, espero não estar fazendo feio... deu pra perceber a Mari otimista ai :)
beijos a todos e otimo findi!!!
Ótimo texto, Mari!
E, concordo que se fechar pro mundo é bobagem. Tudo tem seu tempo, claro, mas é necessário estar atento nas oportunidades.
Bjo
*lala*
Olá Mocinha! Primeiramente quero dar as boas vindas! Eu não fiz isso no outro post então vai por aqui mesmo! hehehehe
Ótimo post! Mas temo dizer que só vai entender o real sentido disso quem já passou por essa via crucis... o que é bem chato, porque no meio disso tudo tem dor, e dor e dor...
Mas é um ótimo guia pra quem está no perrengue! Saibam que existe uma luz no fim no túnel!
É um pouco parecido com os estágios do luto, e como li recentemente um parágrafo sobre isso vou colar aqui.
"...é a aceitação da realidade tal como ela é, nua e crua. É aprender a viver com a ausência, com uma perda, buscando algo novo que nos vá preencher. Nunca é claro, o mesmo preenchimento, apenas um novo. O luto é da morte, não da vida. O que morre são partes de nós, O TODO CONTINUA VIVO. Assim como, a cada dia milhares de células morrem em nosso corpo, porém, milhares nascem para manter o todo nas melhores condições possíveis, e pelo maior tempo possível."
Alguém concorda com essa comparação?
Bjs
Titia Black Cat
Adoro a Elisabeth. Li vários livros dela e a acho um exemplo de pessoa. Concordo demais com esses estágios...
Beijão!
Xu
Mari, seu post foi Óteemo!!
O texto realmente diz tudo, acho que todos nós passamos mesmo por essas fases...e são dolorosas, mas sobrevivemos e seguimos em frente!!!..temos que ter força e lutar por nós, né...afinal se nao fizermos isso, ninguem mais fará!!
Adorei o texto...
Parabens pela estreia aqui!!..
Beijocas da Loira
demais
muito bom.
e é bem assim mesmo
bjos
Olá! Mas você escreve muito bem, sabia? Adorei esse texto e, admito, me identifiquei muito! E quem nunca passou por isso? É, o terceiro estágio é quase fatal! Um pulo para insanidade, ou não....rs E a deprê, ai, ai... E pq sempre sofremos mais que ee=les? tsc tsc
Enfim! Gostei muito desse mundo! E voltarei mais vezes... Sempre bom encontrar blogs assim!
Beijos
Sensacional seu texto, se a estreia foi assim!!! Parabéns.
Concordo com você temos que ter força lutar e nunca desistir, bjs
Mari,
Você não ia nos decepcionar, né?
Beijocas querida!
Muito bom o Post Mari!!!
vi esses 5 estágios num capítulo do Dr. House... claro que lá foi muito mais engraçado do que encarar de fato...
Bjos
Andreas
é foda o machucado. Doi mesmo. Tao mais seguro viver um amor agua com acucar do que se apaixonar... eu, pessoalmente, detesto perder o controle dos meus sentimentos, de minhas prioridades... Algo que tenho tentado trabalhar seriamente em minha analise - por que tambem nao é justo com aquele cara "super legal" que ta do seu lado... Paixao é foda...e pra superar eu diria que o jeito é outra paixao. Sei la!
Muito bom seu texto!
E pra falar a verdade me enxerguei nele... estou passando por um processo difícil e me encontrei no estágio da negação, ainda tá mto recente pra acreditar, seria mto bom se pudesse pular logo para a aceitação... mas claro como tudo na vida tudo tem seu tempo né!!
Beijos
Mas rolou uma identificação total mim-texto, texto-mim. Vc sabe, eu acho q tô no momento de aceitação de uma bola de neve de coisas e partindo pra outras. Isso é baum, mto baum. E po, eu adoreiiii! Tem mta gente q usa a Elizabeth em Psicologia, pra trabalhar o Luto. Outra autora legal é a Maria Júlia Kovacs.
Becitos, cereja!
Sábios são aqueles que conseguem encontrar um ponto positivo no término de uma grande história de amor.
Eu tô tentando...haha
Beijos
Já tinha ouvido falar sobre isso...
;*
Adorei o texto! Ótima estréia!
Sempre passamos por esses 5 estágios depois de um término e claro nós, mulheres, sofremos bem mais que os homens. Se eles estiverem sofrendo, é só passar um rabo de saia que eles param de sofrer rapidinho...
Beijos!
Já passei tantas vezes po isso...
bjos e boa semana!
Oi! Tem um selo pra vc no meu blog! Beijos
Certo. Aí tudo isso está nesse exato momento acontecendo cmg. Aquela coisa "isso não pode estar acontecendo, eu não acredito, parece mentira..."
É tudo irreal, dolorido demais. Como pode acontecer isso cmg?
Obrigada pelo texto, tomo ele como sendo pra mim. Beijos, Mariana. Seja bem vida!
esse livro é maravilhoso. depois que a gente lê ele e tem experiências relacionadas à questão da morte, aprendemos a ver a vida de um jeito bem diferente.
Li alguns livros dela depois que minha vó faleceu. Muito bons.
Gostei da comparação que vc fez dos estágios do luto da morte com o de um fim de um relacionamento. Nunca tive um relacionamento tão longo e tão intenso quanto o meu anterior. Passei pelo estágio da raiva quando resolvi cair na bagaceira e fiquei buscando substituí-lo por alguém que eu achava que era melhor em outros aspectos(um outro ex-namorado meu que apareceu de novo na minha vida e se mostrou uma pessoa maravilhosa). Eu era muito ligada ao meu ex e percebi agora que estou no estágio da barganha. Tomara que eu não chegue no da depressão.
Beijos.
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