terça-feira, 26 de maio de 2009

Crescer

Crescer não tem graça nenhuma. Porque você descobre que os tão desejados saltos altos machucam, e fazem com que, eventualmente, você dê um trupicão no meio da rua. Porque você pode até ganhar algum dinheiro, mas o tempo de descanso é cada vez menor. Porque você vai ter que aprender a lidar com a saudade dos seus amigos, e aceitar que a agenda deles não bate com a sua na maioria dos meses do ano. E você vai aprender a comprar roupas de calor no inverno, e as de frio no verão, porque é tudo mais em conta. E vai começar a retrucar os tão admirados professores. Vai sentir medo de dar passos a frente, de retroceder na caminhada. Vai chorar muito, e borrar até aquele imbatível rímel a prova d’água. E vai ter crise de choro no banheiro, e voltar a ser um pouco criança nos braços de alguém. E vai falar feito idiota com algum cara pelo qual se apaixonar. Vai pensar em ser mãe e desistir disso muitas vezes. Vai pensar em ficar sozinha, virar ermitã e passar sete anos no Tibet e mudar de idéia repetidas vezes. Vai parar de achar que Martini é bebida de velho, e Licor de Cacau não tem a mesma função que tinha há alguns anos atrás. Vai ficar de porre, vai achar a vida um porre e rir sozinha. Vai crescer, e nada mais vai ter aquele encanto de quando cobiçávamos a vida adulta repletos de curiosidade... porque não tem tanta graça; às vezes é só desgraça, às vezes é engraçado, mas na maior parte do tempo é dual e confuso. Ainda assim, tem lá o seu charme.

terça-feira, 19 de maio de 2009

A teoria do pote de azeitona


Essa semana enquanto o carro dava problema, estava eu imaginando como resolver esse perrengue. Eis que me lembrei de como meu pai sempre fica irritado quando sou eu quem dá uma solução nos problemas automobilísticos. Pois é óbvio que eu não sei o que é o barulho estranho no motor, mesmo que tenha uma chave de fenda enfiada! Ou qualquer coisa assim!

Antes de pensar que o meu pai é birrento (e ele é um pouquinho, que fique registrado), esse tipo de comportamento já foi observado com outros espécimes masculinos, como meu ex. Além de ser um daqueles que amam ouvir barulhos de motores barulhentos, ele era daqueles que sabiam tudo de informática. E ai de quem contrariasse. Cenas como "Como assim você foi comprar um cabo USB sem mim?!?! Comprou o certo pelo menos???" se repetiam com uma frequência entediante.

Ou quando, saindo cega do oculista, depois de atravessar umas três ruas movimentadíssimas da avenida paulista meu namorado me faz esperar no shopping para que ele possa resgatar a donzela em perigo aqui!

Bem, uma sábia amiga me disse certa vez: "Não importa se você é capaz, de vez em quando você deve deixá-lo abrir uns potes de azeitona pra você!" Ou seja: para manter o moço com orgulho intacto, é bom ter um pouquinho de jogo de cintura e deixar que ele cuide de você um pouquinho, mulher independente! Os benefícios são claros: Homens relaxados, felizes, se achando o melhor da espécie e com benefícios que podem ser verificados na cama!

Quando nós resolvemos fazer algo que eles, homens rústicos, consideram algo estritamente masculino, não é que nós queremos invadir esse território. Nem é tão importante assim fazer essas coisas sozinhas. Mas se precisamos que a lâmpada seja trocada ou que a pia seja consertada e vocês ficam enrolando, fugindo ou muito ocupados, nós temos que arranjar um jeito de resolver esses assuntos! Fazendo nós mesmas ou pagando quem faça!

Mas até nós explicarmos que nariz de porco não é tomada... deixemos as tampas de azeitona para eles abrirem. O que eu fiz com meu pai essa semana quando o carro deu problema? Óbvio, liguei para ele! Que ficou todo cavalheiro ajudando a menina indefesa dele.

Vai entender...

Beijos da Marie, a louca!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Teatro - O Clube das Solteironas

Estou usando a coluna leituras, pra comentar algo que muito encaixa em nosso blog, mas em outra via de comunicação.
Graças aos contatos no meio teatral da Sra. Ribeiro, conseguimos ingressos e fomos nós 2 ao modesto teatro Irene Ravache na Vila Madalena pra assistir a essa peça de teatro chamada “O clube das solteironas”.

Bom, a peça trata de um tema bem comum e abrangente, a “guerra dos sexos” à partir da fundação de um clube de solteiras.
Tem uma solteirona daquelas clássicas beatas velhas e mal-comidas que é fundadora/presidente e convoca mulheres pra se juntar ao grupo de dizer não aos homens!! E diz alguns mandamentos, como “Eles vão ter que lavar a louça” “Jamais colocarão as toalhas molhadas na cama novamente” e algumas outras tiradas das peripécias masculinas.
Juntam-se a ela uma guria ingênua que quer aprender mais sobre relacionamentos e que não sabe nada de homens e o que deve fazer com eles (muiii ingênua) e uma que é a safadinha da turma e diz que não agüenta mais “sofrer na mão desses homens cruéis, maldosos, cheirosos e gostososssss uiiii”.
E para juntar ao grupo, tem um homem fantasiado de empregada pra fugir de uma noite pra lá de neurótica e também o “homem da jaula” um espécime masculino que foi enclausurado pra que elas estudassem!
Um detetive gringo entra na história pra desvendar quem no clube está “fazendo mal” ao homem da jaula e está criada toda a trama.

Uma peça com grande interação com o público de um humor mais escrachado, misturando falas engraçadas com até pequenas pausas pra lançar umas piadas, é um bom meio de pensar um pouco nessa “luta” entre os sexos... ou será que todos jogam pro mesmo lado? Homens, um mal necessário? Ou eles devem ser “controlados”? E as mulheres, conseguindo o seu espaço? Ou só disfarçando uma posição superior continuando nas “garras” masculinas?


Eu acho que esse espetáculo saiu do Irene Ravache e não sei se ele está rodando em algum lugar, se eu souber, aviso aqui!! Quem souber dele e quiser conferir um humor sem grandes pretensões, poderá dar algumas boas risadas.

Kisses
Andreas Ribeiro

terça-feira, 12 de maio de 2009

A Conselheira Antropófaga - Almodovar

Pra quem é fã das obras do cineasta espanhol Pedro Almodovar, deve estar super empolgada para a estréia do novo filme "Los Abrazos Rotos". Almodovar é conhecido principalmente por retratar delicada e detalhadamente os seus papéis femininos, e por isso ele já tem seu lugar reservado no nosso divã! No seu novo filme há uma personagem, a qual aparece 3 minutos apenas, que o inspirou a fazer outro trabalho, e acabou lançando-o paralelamente.

O Curta tem um pouco mais de 7 minutos, e cria em volta desse ser mitológico, erupções ideológicas de desejo, fetiche, política e feminismo.

http://www.youtube.com/watch?v=BXgVB_7Q7jc

Num monólogo narcisista, cheio de compulsividade e laranja, se produz um ícone da mulher que transcende o contexto cultural e valores dogmáticos. É mara! A pulsão de vida e a morbidez articuladas nas cores que só Almodovar consegue transcrever.
Ficou a dica, bjs.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Interpretação Cretina- Implicante

Fazem músicas sobre tudo nessa vida. Estava faltando uma de TPM, não? Nos famigerados dias de ataques psicóticos, eu acordo com essa música em looping na cabeça, para o terror dos que cruzam o meu caminho! É bem didática, como podem ver, e nada melhor que curtir a TPM com o vozeirão da Ana Carolina!

Implicante
Ana Carolina

Hoje eu levantei com sono com vontade de brigar
Eu tô manero pra bater pra revidar provocação

Quem já viu uma mulher de TPM tomando café nunca imaginou que um pão integral com queijinho branco pudesse ser montado e devorado com tanto ódio! E tenta pedir pra ter mais calma... boa morte, digo, boa sorte! Ah, e nem tente perguntar se ela está de TPM. Esse é um pecado mortal. E estamos falando da sua morte, cara-pálida!

Olhei no espelho meu cabelo e tudo fora do lugar

E quando ainda aparece uma espinha pra completar a obra?! Não há secador, chapinha, hidratante secativo de espinha, caclinha que segura a barriga e levanta a bunda que tira a sensação de que esse é um daqueles dias que o melhor era ficar em casa de greve!

Vê se não enche não me encosta
Tô bravo que nem leão
E não pise no meu calo que eu te entorno feito água
E te jogo pelo ralo
Hoje você deu azar
Hoje você deu azar

Hum, explicativo, não? Tente fazer algo para ajudar: você apanha. Tente ignorá-la para ver se passa: você apanha. Atos simples como toalhas molhadas em cima da cama podem se tornar uma hecatombe mundial! (Mulheres que têm chilique em dias normais por causa da toalha: estou me referinso aos homens, tááá? eles são os mais prejudicados nesse período).

De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas
Dentro da sua cabeça (4x)

Meeeeu! (Momento paulista) Os malditos hormônios conseguem fazer qualquer uma ter uma lógica totalmente distorcida! É capaz de pensar até que estão todos contra nós só pelo prazer maquiavélico de nos fazer chorar! E tasca rodar a baiana!

Hoje eu vou mudar o teu destino
Te passar um pente fino
Então desfaça sua trança

Tem mulher que muda a casa, que quer carinho mas não que ninguém por perto, que come chocolate e reclama que está gorda, que quer o namorado por perto mas qualquer coisa que ele faça dá vontade de jogá-lo pela janela. Quer mudar tudo, mesmo que ela nem saiba que tudo é esse.

Eu que sou tão inconstante
E você tão permanente
Com a gente tudo enrolado
Não adianta creme rinse

Como já disse, lógica e auto controle são palavras alienígenas. A variaçã entre irritação, descontrole, chororô e carência só pode ser controlado com altos níveis calóricos! Chocolate nelas!

Corta as pontas da sua mágoa
Que hoje eu tô meio implicante
Hoje você deu azar
Hoje você deu azar

Entendam o seguinte: nós choramos, nos irritamos, mas é só passar a variação hormonal e voltamos a ser a mocinha doce e compreensiva que todos conhecem. Fazemos tanto pelos outros quase o mês todo, que tal nos dar uma colher de chá? Memso por que na maioria de nós a TPM braba só rola de tempos em tempos!

De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas
Dentro da sua cabeça (4x)

E repita como um mantra isso: Não tente entender uma mulher à beira de um ataque de nervos, somente saiba que logo passa. Pelo bem de todos e felicidade geral da nação!

Beijos da Marie Curie, a sua cabeça de vento favorita!
Ps: eu queria oferecer essa música para a escritora do post aí embaixo, mmmmhuahuahua!!!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

E se de dia a gente brigaaaaa...

a noite a gente se ama. E é sempre assim.
Não existe melhor maneira de dissipar a raiva do bofe. Não, não tem. Eu sei que a gente adoooora falar na orelha deles, que rola um prazer sádico em algumas de nós com o terrorismo telefônico, com aquelas ameçadas de "você vai me perder, seu idiota!", mas tudo isso passa fácil quando ocorre o "pega" pós-briga.
Não é culpa do cara, e nem é ele quem faz você esquecer a discussão; tampouco é culpa sua, e você não é uma manipuladora. No caso, são os dois sinverguenzas, é a configuração do casal que acarreta numa fusão bombástica; fusão esta que não conta com tabefes, raivinhas e bicos, mas com a substituição repentina de tudo isso por um abraço apertado, beijões de tirar o fôlego e, eventualmente, sexo selvagem.
Uuuuuu, o tema ficou interessante agora, né? Huahauahauaaha
Bom, no fim das contas, você termina o dia com aquela cara de ué, lembrando vagamente do motivo da encrenca, não atribuindo mais a ela a importância descomunal que antes era dada.
A agressividade é canalizada, passa desapercebida pelo filtro da razão e se joga no corpo todo. Nesse momento de agarramento com a pessoa amada (outrora odiada, é tudo tão próximo!), somem as expectativas frustradas, as mancadas imperdoáveis, o orgulho, qualquer resquício racional de "manter a opinião", "não dar o braço a torcer" e blá blá blá-teimoso.
Claro que conversas são importantes, que cada uma delas vai delinear o futuro do relacionamento, que tudo isso importa, e que qualquer chilique tem lá seu fundamento. Claro que toda essa encrenca gera um medo de perder o outro, faz a distância corporal ser estreitada e, pronto!, convite feito.
Se acontece isso, há razão pra bater na mesma tecla, insistir no tema da briga? Acho que não.
Uma coisa é pedir desculpas por pedir, pra manter as aparências e o bom convívio; outra coisa é o impulso correndo solto, é estar ali, apesar de tudo.