Cinema a um

Foi-se o tempo em que o cinema era a deixa perfeita pra levar a pessoa amada, o flerte, ficante ou afins. Foi-se o tempo em que o cinema era destinado aos casaizinhos com todo o romantismo possível. Foi-se o tempo em que eu acreditava que cinema tinha clima de romance.
Depois você acaba descobrindo que o escurinho do cinema propicia um ambiente legal pra sacanagens de todos os tipos; descobre também que não é só você quem faz, e que aquela galera que migra lááááá pra frente ou que se esconde num inacreditável cantinho pretende aproveitar do escuro muito mais que o filme.
Daí, bem depois, você nota que muita gente vai ao cinema sozinha. Olha a pessoa com pipoca, refri e, ei, cadê o par dela? Não há par!
Poder ir ao cinema desacompanhado parece ser mais um hobby dos solteiros atualmente. Particularmente, me assumo como adepta a essa mania de longa data.
É fácil, em uma sessão como a de Sex and the City, com predominância de público feminino, algumas mulheres contavam com a companhia de amigas, mães, até avós (!!!) e, várias mulheres estavam sozinhas. Às vezes uma em cada canto, outras acabavam conversando durante a espera – que tocam aquelas músicas detestáveis de elevador...
O fato é que não se estranha mais a prática do cinema a um; não há tantos olhares tortos, nem interrogações, nem pessoas abismadas perguntando se não dá um vazio, uma sensação de abandono.... ah, não dá não. Abandono é quando você não busca se divertir, esquece de vez aquelas simples coisas que te dão prazer, como um cineminha.
Bom, meninas... e vários homens assumem-se praticantes do cinema a um... hmmmmmm.
Seja pelo hábito, pelo vício ou por ser cinéfilo mesmo... seja pelo gosto de aproveitar momentos consigo mesmo, acho o cinema a um uma ótima oportunidade. A arte sempre nos surpreende.