Solteiros de todo o mundo, uní-vos!

Que o mestre Marx me perdoe pela exaltação, mas o texto de hoje merece uma frase dessas. Como todo mundo sabe e já tá de saco cheio de ver tal data ser anunciada na TV, rádio, via fumaça, e-mails, propagandas de toda a sorte e blá blá blá, dia 12, quinta-feira é dia dos Namorados. E daí?
E daí que se você namora, legal, compre presente e faça tudo o que tiver que fazer... agora, se você não namora...
Se você não namora, não há motivos para desespero. Não me venha fazendo mandinga, macumba, afogando santo casamenteiro nem lambuzando maçã com mel e colocando nome de cara em simpatia. No no no.
Primeiramente, estar sozinho não mata ninguém. Já vi gente quase morrer de raiva pela companhia, já pela falta dela...
Se sentir sozinha é a coisa mais normal do mundo, especialmente nessas datas. Acontece que o ser humano é, em sua essência, um ser solitário. As pessoas ora estão juntas, ora desenlaçam os vínculos; é assim e sempre vai ser.
Não adianta também tentar transformar aquele peguete em namorado de última hora. O desespero leva a conseqüências não muito boas, geralmente.
É um dia comum, como qualquer outro. A televisão vai continuar tendo a programação ruim de sempre, São Paulo vai continuar uma cidade fria de calor humano, os casais vão continuar atrapalhando o tráfego pelas calçadas (porque alguns se sentem siameses que não se separam nem pra desviar de um poste), a diferença é que terão mais casais de ceninha por aí; ah, vão rapar as roupas das lojas, heheheh, mas fique sossegada, já que os lojistas não perdem tempo em repor todo e qualquer estoque. A vida vai continuar sendo vida, e dando margem para que milhões de coisas aconteçam. A saudade vai continuar sendo saudade, seja ela saudade de um amor de longe, de perto, de um que já foi, daquele que não sabe, seja saudade de uma lembrança, seja simplesmente saudade.
Não descontemos em comida, nem bancando a shopaholic, nem querendo dar uma de namoradinha de quem não se é. Pode acontecer de ficarmos mais, huuuuummmm, sensíveis, mas nada de desespero.
Ah, é só um dia. Um dia como qualquer outro, com 24 horas, dia, tarde e noite e, provavelmente, mais um dia em que ficar só consigo mesma pode ser algo incrível.