quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Medo da Coleira

Nunca entendi o tal medo da coleira que os homens têm. Nunca. Perguntem-me sobre esquizofrenia, fobias, distúrbios do sono e posso apontar-lhes algumas explicações, mas nunca, nada que envolva a aversão masculina à bola de ferro imaginária pareceu apresentar alguma lógica para mim.
Quem, geralmente, inicia um relacionamento atribuindo a ele o título de “namoro” é o homem, porque ele quaaase sempre é quem faz o pedido; a mulher concorda e pronto: temos um casal namorando! Acontece que no momento do pedido é o sujeito quem amarra a bola de ferro imaginária no próprio tornozelo (e no da guria!)... a tal bola com a qual passará a travar grandes batalhas durante todo o relacionamento!
Basta um comentário maldoso do amigo: “tá na coleirinha, hein?” para que o rapaz reaja tooodo defendido “não, não, coleira nunca!”
E aí, como se devesse afirmar os limites de sua liberdade, o homem nega, tenta provar a todo custo que não é controlado pela “patroa”, que não é pau mandado nem adestrado e rebela-se. Mas vamos retornar às origens das coisas...
Se tudo começa com a mãe, a lógica deve ser por aí, né? Então eles tiveram uma figura feminina que exercia certa (talvez até traumática) autoridade em suas vidas, que lhes ensinou condutas e que, persistentemente, tentou botá-los na linha para seguirem-nas. O.k.! Mas se você NÃO é mãe dele, isso já deveria ser um bom começo... ou não?
A segunda coisa a se observar bem é o relacionamento dos pais; se o cara cresce vendo a mãe ser a dominante na relação e o pai sendo o Sr.Banana claaaaaaaaaaaaaaaaro q ele se sente ameaçado por uma figura feminina e então “amarrar o burro” seria sinônimo de repetir essa relação.
Aqui cabe a reflexão: mas não há uma escolha quando o cara torna-se Banana? Quando a mulher fala “pula” e ele só pergunta em qual altura? Cada um assume o papel que bem quer...
E ainda, um terceiro elemento que não poderia ficar de fora do post é: há uma cisma masculina de que mulher quer compromisso a todo custo. Acham que o tabuleiro do nosso jogo sempre tem em vista uma aliança dourada e uma cozinha com geladeira de inox, e bom, minhas caras, nós sabemos que não é bem assim. Ás vezes queremos (um dia, quem sabe) às vezes queremos bastante (mas não morreremos sem isso), às vezes não queremos de jeito nenhum, mas sobretudo, querendo compromisso ou não, as mulheres também tem uma vida e metas que não se focam só em relacionamentos, mas na VIDA.
Acho que é nisso que o medo da coleira reside, no medo de deixar de ter uma vida por estar com alguém. O medo de que alguém roube seu amado espaço, seu tempo para fazer as coisas agradáveis e prazerosas que fazem com que cada um se sinta mais vivo.
Mas colocar limites ou não, conversar sobre isso, delinear a fronteira entre o que é vivência a dois e o que é dependência e invasão fica a cargo do casal. Tendo isso esclarecido, o medo se torna irracional e a bola de ferro imaginária tem tudo para sumir.

13 comentários:

Sarah disse...

a troca da solteirice pelo compromisso, assusta os homens definitivamente, e acho q os grandes viloes sao os amigos solteiros q ficam tentando, se ele for cabeça fraca, dificilmente aguenta firme!
Beijao querida

Mariana Valente disse...

Pois é, o engraçado é que realmente há essa imagem generalizando todas as mulheres como "em busca da aliança perdida", ou seja, ledo engano! O grande erro é pensar que ter compromisso significa mudar completamente de vida e privar-se de quem você é, quando na verdade as pessoas se atraem por suas características particulares, portanto nada tão paradoxal quanto mudar a sua essencia por causa de um relacionamento, não significa mudança drástica de vida, prisão, falta de liberdade e etc... Existem alguns homens que preferem perder um braço a assumir um compromisso com alguém! E ai sinto pena deles, pois apesar deles só observarem e exagerarem no lado "negativo" perdem também as coisas boas que viriam junto: o companheirismo, a cumplicidade, a alegria de ter alguém pra dividir tudo, mesmo se for um cheeseburguer com coca cola...

Beijos! =)

Sereníssi*mah* disse...

Achei muito interessantes suas considerações Anna! O mais engraçado é que você inicia o texto dizendo: "Eu nunca entendi essa aversão masculina à bola de ferro", no entanto você faz uma análise contundente sobre as possíveis causas deste "medo", aliás além de possíveis, são também prováveis! À luz da psicanálise, suas reflexões se tornam consideráveis, principalmente quando fala a respeito da relação parental. E faz toooooooooooodo sentido! Sobretudo quanto à questão da repetição do "pai banana" e à dependência da mulher fálica.
Na minha opinião é isso mesmo que você falou, no fim é tudo medo de perder...

**Beijoooos, adoooooro sua visão de mundo!

P.s.: Preciso frisar que, além das ótimas reflexões, o texto está muito bem escrito!

Unknown disse...

Excelente!!

Almanaque Feminino disse...

Eh existem alguns homens que preferem perder um amor do que assumir um compromisso serio, acho que eles imaginam que irao perder a liberdade.
beijoo

Anônimo disse...

Interessante texto, o certo porém é que os homens dependem das mulheres.
Na sua maioria não são seres autónomos, uma vez que mesmo namorando e mão aceitando a tal "coleira", eles estão na nossa dependência.
As mulheres são mais astutas que os homens, quando querem, e apenas quando querem, sabem bem como dominar o ser oposto, fazendo com que ele não perceba o quanto está na dependência da mulher.
No entanto na minha opinião, acho que o respeito pelo ser humano deve ser sempre tido em conta, nunca deveremos ultrapassar essa barreira, ou corremos o risco de magoarmos os outros e nós próprias.

Manuela

Anônimo disse...

Vamos universalizar... o que nos torna iguais e diferentes é só o preconceito gerado por um sistema coletivo ou individual de crenças e paranóias, que todos em maior ou menor efeito as temos. E nossa essencial semelhança estejamos homens, mulheres ou homossexuais, é a de sentirmos uma natural necessidade de nos relacionarmos intimamente com o ser complementar que chamam de oposto.

Mas nossas paranóias e limitações, nossos fantasmas inconscientes só se manifestarão, no experiência experimentando.

Se querem saber admito só por ser a verdade que nessa busca por satisfazer meus desejos de relacionamento afetivo com o ser feminino, eu já senti esse medo de "perder a minha liberdade" de ser e fazer o que gosto e quero, tive a paranóia de pensar minha vida seria limitada por eu me relacionar com uma controladora, que vai me “telemonitorar” por celular(rsrsrsr) mas eu tive o medo e não fiquei com ele, e me dei a mim( o ego)o beneficio de enfrentar essa minha insegurança, eu tenho por hábito fazer um monologo comigo, sobre o que sinto de positivo e negativo e também de real e imaginário do que estou vivenciando minha veia poética e filosófica me ajudam nisso. Isso para que eu não fique projetando minhas limitações no outro ser...

Vão concordar comigo, que muitos homens estão perdidos em si mesmos, com a nova ordem interpessoal "imposta" pelo fenômeno psico-socio-cultural da emancipação (graças) feminina onde as arcaicas formas de conquista que agora é aproximação do homem era convencer (impor-se) o outro ser ( ainda há muito desse gênero) por seu poder aquisitivo, sua posição, suas posses etc, todavia atualmente as mulheres então submissas, se conscientizaram de sua autonomia e poder sobretudo em relação a si mesmas e essas mulheres cada vez mais comum, se igualaram ou superam os homens no poder aquisitivo, sua posição suas conquistas pessoais e profissionais? Como o homem arcaico se aproxima de uma mulher moderna? Não se aproxima são incompatíveis... isso de uma forma geral, pois há um fenômeno de atração superior ao sócio-cultural, o amor.
A relação entre homem e mulher durante muitos séculos foi pautada na submissão da mulher, isso é um molde para tudo na sociedade, o patronato, o governo etc...
Mas aos poucos os homens vão se modernizando e tornar-se-ão mais sensíveis, compreensíveis, empáticos, e emocionalmente independentes...

Bella disse...

Sinceramente ñ consigo entender essa cisma, afinal, como vc disse, geralemtne são eles que amarram essa bola de ferro imaginária em nós..aushauhsuas

vipassanacbr disse...

Disse tudo neste post... é meio contraditório mesmo porque quem começa o namoro [o pedido] são eles... e depois correm [como o diabo corre da cruz] do segundo passo [isso quando esta na hora, no momento certo].... Mesmo que os dois concordem que querem seguir a diante, parece que eles ja mudam de idéia [aparentemente] quando se encontra com os amigos e rola a conversa sobre casamento. Homem é foda mesmo...
E o pior de tudo é que acham que nós nascemos, vivemos e respiramos casamento!!! Nós também temos VIDA sem eles...

Bianca Briones disse...

Atualmente vivo o completo inverso em minha vida. Quero compromisso, não gosto de traições, mas não me pressione ou sairei correndo. rsrs

Seguia este blog há bastante tempo com outro perfil. Perdi a senha, criei outro blog tem um tempinho e cá estou novamente. Apesar de achar que mudei bastante.

Beijos a todos.

Bianca
http://redoma-de-cristal.blogspot.com/

Florinha disse...

È curioso observar alguns casos de homens q tem medo da coleira...e passam a vida fugindo de compromisso: é comum ver que o futuro deles ou é virar o tiozão tarado e solteiro pra sempre, ou é virar um eterno frustrado por que perdeu o amor da sua vida por esse medo de compromisso. Quando percebem a mulher já se cansou e é tarde demais. Coitadinhos...

Samara Almeida disse...

adorei o blog e principalmente esse post *-* seguindo .. segue tbm ;)

apaixonada disse...

ameii amiga espero pode ser amiga sua
lindo msm seu blog