quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Comilonas (nada) anônimas

(Por Marie Curie & Anna O.)

Sabe aquele papo de “Não sou bêbado, eu só bebo socialmente"? Pois é, eu sou do tipo que come socialmente. Qualquer dieta que eu possa tentar fazer é sabotada por causa da condição social da comida e da minha cara de pau. Ó, a semana inteira eu regulo certinho o que vou comer. Daí chega a Anna e me chama pro Starbucks para tomar um café com leite, chocolate, chantilly, toda semana (hehehe). Mas o café não é nada sem um pedaço de bolo de laranja com chocolate e nozes, óbvio! Depois, é o bofe que está com preguiça de esperar muito pela comida e me leva pra comer um McTreco na esquina. Isso quando vamos todo mundo pro bar pra comemorar, no restaurante para namorar... Eu não sou do tipo que tem força de vontade suficiente pra ir em um bar e ver todo mundo comendo porção de batata frita e calabresa com um reles suquinho natural de maracujá com gotinhas de adoçante. Eu como chocolate por solidariedade na TPM da amiga, adoro agradar os outros com trufas e pães de mel...
Quantos relacionamentos já terminaram e começaram em frente a uma porçãozinha gostosa? Sair pra comer uma coisinha é desculpa para aproximar mais, pedidos de casamento já foram feitos em frente a um espaguete a bolonhesa, mousse de chocolate e champanhe com aliança de casamento no meio (sempre tive medo do que aconteceria se alguém engasgasse). E os términos de relacionamento? Os que terminam com algo sendo atirado na cara do outro é sempre um toque teatral.

As situações mais significativas, inesquecíveis, decisivas e integradoras de nossas vidas ocorrem com comida no meio. Tem aquela coisa bem cena de filme americano (que todo mundo faz ou fez, até quem não gosta) de sexo com comida, frutas e doces diversos; tem a disputa gostosa pra raspar a tigela do bolo (que provoca tanto risadas quanto a agressividade entre irmãos), a pipoca durante o filme, o amigo tchonga que derruba cerveja e é zoado por todo mundo, a bala antes do beijo, a bala trocada durante o beijo, o ato de cozinhar pra uma pessoa especial e até a canja que mamãe faz quando a gripe pega; a comida atravessa muitas relações sociais. Daí que você divide cerveja, chocolate e angústias, mas eu nunca vi quem dividisse barrinha de cereal como ato de solidariedade; jamaaaaaaaaaais vi encontros entre amigos sem um petisquinho e uma birita, nunca presenciei comemoração sem pança cheia.
Por isso, ter uma vida social é remar contra a maré dos regimes constantemente. Não que seja impossível abrir mão de uma coisinha ou outra, de dar uma maneirada, mas se abster de todo e qualquer carboidrato (amém!) é abrir mão de uma porção de momentos deliciosos.
Eu, vez ou outra, escolho dar voz a minha veia esquerdista e saio dividindo os chocolates que ganho, a porção de batatinhas, o pacote de salgadinho, o milk shake muito cheio, as balas, o lanche, e divido assim, os momentos legais, sempre regados a coisas absurdamente calóricas e que nos deixam mais felizes e perto dos amigos.

PS: quando a gente quer comer porcaria, arrumamos qualquer desculpa pra justificar! HUAHAUAHAUAHAAUAHAU

12 comentários:

Ana Paula disse...

hahha

eu, eu mesma e tu!

Desabafando disse...

kkkkkkk....pior que nunca tinha parado pra pensar mas vc tem toda razão, a maior parte desses momentos com amigos são regados a comidinhas. Acho que temos sim o direito de aproveitar esses momentos, só tomando cuidado pra não cometer excessos não?

Anônimo disse...

Se eu tivesse tendencia a engordar,com certeza seria obesa com o tempo,pq adoro comer e nao deixo de comer minhas besteiras por nada.
Concordo,muitos momentos legais tem alguma comidinha junto.

=)

.ana disse...

muito bom esse texto de vocês!!! realmente, a gente envolve comida em vários momentos da vida. se está triste, come. se está feliz, come. se vai comemorar algo, come. ou bebe. ou ambos. heheheheh
enfim...

sou nutricionista, trabalho diretamente com isso, e observo muito as dificuldades das pessoas em manter uma boa alimentação. mas sou da opinião que umas "escapadinhas" fazem bem para a mente e para a alma. tudo com muita moderação, claro. ;)

bjos:**

Marie Curie disse...

Gente, eu, Mari Curie, confesso que tomei hoje com a Anna Oh um café com Bailey´s, sorvete d creme com cantilly. Não,ainda acho q eu não preciso de ajuda, uhahuahaua

Bjus!

...aquela que voa disse...

Ler isso enquanto como {por pura gula} um alfajor argentino é pura maldade. hehe. Dá vontade de comer maisssssss!! hahahaha. Bem, tem saladinhas e comidas japonesas. Adoro comida japonesa, pena que é tão caro.. Então, é mais vantajoso {$$} ir à uma pizzaria, né não?? hehe. Bjs e muito prazer :*

Luna Gandra disse...

Cara, é incrivel. E namorar? Namorar hoje em dia é TOTALMENTE CALÓRICO. Eu acho é graça que a minha mãe disse que a modernidade tem piorado isso, mas que os momentos são totalmente deliciosos (duplo sentido proposital), SÃO.

Larissa de Freitas disse...

aiaii, me descobri aqui, uma COMILONA (NADA) ANÔNIMA !!!

Diana disse...

Hahahaha...
Realmente, os petiscos sempre embalam os encontros animados entre amigos!!!
No meu caso só eu tenho tendência a engordar, então a galera nada solidária capricha mesmo nas guloseimas servidas, fica difícil ser forte e aguentar aquele desfile de comidinhas gostosas...
E como vcs mesmas disseram: a gente seeeeeempre inventa uma desculpa pra comer bobagem!! rsrsrsr
Xerooo...

Lady Macbeth disse...

Enquanto lia o texto me vinham a mente vários momentos esse ano pré e pós estágio, onde em meio um relatório e outro, nosso grupo de futuros psicólogos enchia a pança. Mas nunca tinha pensado nesse lado antropológico e sócio-cultural da comida. Enfim, agora tenho ótimas desculpas quando me chamarem de passa-fome!

Sani Hadek disse...

O Pior eh que voce tem razao, Anna! Haja pote de sorvete para curar coracao partido, haja McTreco para aquelas tardes de sabado antes do cinema, haja pizza para a noite de preguica da sexta!!!!

Muita luz,
Sani
Terapia Cotidiana

cynber disse...

E como eu não pensei nisso antes... É a mais completa de todas as verdades, minhas dietas são sempre sabotadas pelos fins de semana e pelos meus amigos loucos para comemorar nada ou tudo, mas quem não gosta disso tudo, agora vou prestar menos atenção no espelho que insiste em me dizer que ser magra é o que faz a diferença, e lembrar que a inteligência não é refletida nele.