segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O caso dos cavalos (sobre paixões)

Me peguei lembrando das aulas de Filosofia do primeiro semestre, em especial daquelas sobre Platão. Ele utilizava uma metáfora para falar sobre as paixões, na qual estas eram cavalos selvagens (uuuuu) que deveríamos pôr as rédeas, domá-los como um cocheiro habilidoso para assim, conduzir a charrete mundão afora.
Sim, foi o que restou daquela aula... e aí pergunto: O que fazer quando um cavalo escapa? Quando não há quem possa com ele, de tão veloz e teimoso?
Algumas das paixões não são nenhum cavalo selvagem: há as mulinhas empacadas, que deixam sua charrete quase criando raiz; outros são eqüinos alados, pégasus, leves que fazem tudo andar nas nuvens; os cavalos de corrida, que teimam em apostar com os outros, em seguir a mil... e existem os desembestados, cavalos com um parafuso a menos que teimam em fugir do resto do bando.
Nem sempre o cocheiro tem força, e os sentimentos carregam a charrete pra lugares impensados, em velocidades insanas. Nem sempre as rédeas são bem seguradas, e o sentimento corre solto, atropelando os pudores, a lógica, a racionalidade.
O fato é que algumas paixões precisam ser afrouxadas para que se viva. Outras, devem viver sob controle.
Algumas pessoas sabem deixar o amor afrouxado; outras, precisam de armaduras para lidar com ele. Sabem que “cair do cavalo” (em especial desse cavalo) é doloroso. Sabem que se reerguer é sempre o que um bom cocheiro deve fazer. Outras sabem que simplesmente devem manter esse cavalo o mais preso possível, com a corda mais firme, com o pulso que menos vacila, sob o olhar atento de quem pretende manter tudo sob controle.
Mas nem sempre é assim... ao fugir, o cavalo doido revira a grama, bambeia a charrete e assusta o tão seguro cocheiro. Este, por sua vez, é obrigado a correr mata afora atrás do desembestado... até montar sobre ele e colocá-lo no seu devido lugar.
Ás vezes paixões são assim. A propósito, paixão em grego é designada pathos. Pathos que também serve para doença, patologias. A paixão não deixa de ser um tipo de adoecimento. Depende do seu cavalo.

Ps: eu teria que resgatar o caderno do 1o semestre pra contar a história da forma certa. Se alguém lembrar, aceito ajuda. Memória de peixinho dourado.

Ps2: Como eu não conseguia pensar em um título pro post, eu e a jóquei-mor Mari Valente ficamos pensando, pensando... pra quem interessar, copiei e colei umas palhaçadas:

Façam suas apostas!
Caí do cavalo!
Minha mula empacou!
Minha eguinha pocotó
Quero amarrar minha mula!
Cavalo Manco
Onde vamos amarrar nossos burrinhos?
Vem ni mim que eu tasco coice!
Mula sem cabeça ou puro sangue?
Platão caiu do cavalo (literalmente) e criou o mundo das ideias
Prá quê um burro se tem tanto puro sangue por aí?
Antes uma mula sem cabeça na mao que dois pégasus voando
Ou amarra meu burro ou vira unicórnio
Mula sem cabeça(s)??? tô fora!

31 comentários:

Mariana Valente disse...

ahuahauahuahua essa saga pra botar um nome no post salvou a minha manhã de zicas, hahahaha... dei altas gargalhadas no lab!!! =D

bom, eu acho que no momento sou uma joquei abandonada por um cavalo que se atolou num lamaçal logo adiante, mas que pra mim nao basta eu rir da cara de cavalo (hohoho) dele... e tentei subir num cavalo que preferiu outra jóquei e depois, em um cavalo que ainda me parece arredio... oh meudeus, preciso de um chicotinho!!! opa, já tive um cavalo que ia gostar muito dessa ideia, ahuahauahuahuahuahau... BDSM no mundo animal! tá Mari calaboca falei besteiras demais pro meu tamanho...
bom xuxu, vc sabe como eu amoooooo metaforas e analogias, então, seu texto tá ótemo!!! adorei!!!

beijooooos

Varda disse...

Uau,adorei esse post...
Você escreve bem!
Parabéns

Déborah Capel disse...

nossa, ficou ótimo o seu aproveitamento da metáfora feita por Platão. Ainda melhor ficou esse trechinho do fim do post.
Parabéns pelo conteúdo!
;*

Blogueira Master disse...

Eu gosto do sabor que a paixão dá à vida, mas tb tenho o pezinho atrás com esse tipo de sentimento. Acho que paixáo é pura ilusão e ilusão, no final das contas, não serve pra muita coisa... Bjs

Gabi disse...

esse post ficou muito bom!!!
to procurando o meu cavalo...ou melhor, como classificá-lo ou onde ele vai me levar.
As vezes é tão confuso galopar.

Marcela disse...

Adorei este post ficou show!!!
Adoro demais esse blog...
Bjs

Ka disse...

meu cavalo é um cavalo selvagem... q nao me obedece, de vez enqdo me traz dor de cabeça mas q vira e mexe me faz ter uns passeios ótimos!! rs

Moni disse...

Oi tenho um selo pra seu blog.
Eu o ganhei hoje e tenho q passa-lo para mais 15 pessoas. e vc deve fazer o mesmo.

bjos
=*

Loira e Morena disse...

Amei esse post!!!
Adorei o jeito como vc falou da paixão!!!
Ja tive varios tipos de cavalo, mas ultimamente nenhum me agrada...rs
Ai que vidaa..ahahah

Beijocas da Loira

Barbara Góes disse...

Prá quê um burro se tem tanto puro sangue por aí?

a melhor frase!!

o/

Sarita disse...

Eu COMPRO novos cavalos. hahaha

Sempre gostei de Platão, suas analogias me fazem ir tão longe - que eu nem mensuro quanto.

Beijo grande,
Zin

Bruna Fernandes disse...

kkk gostei mtoo o meu ta mais pra mulinha empacada hihi


Bj^^

Sarah disse...

Anna!
adorei o texto!
e nao sabia dessa do "PATHOS"!
Paixao realmente é algo curioso, arranca pedaço, sangra, machuca, mas é tao bom e tao ruim ao mesmo tempo! Eu adoro aquele comercial daquele "serenata de amor" sobre a paixao, é bem uma verdade "nos apaixonamos por uma projeçao da pessoa e não por ela em si", acho q na maioria das vezes é isso q acontece! Bjs e ótima semana!

Unknown disse...

Muito boa!
Mas e quando não somos o cocheiro, e sim o bendito cavalo do filme da Disney? Aí, comofas? haha

Beijos

Myself disse...

Legal saber a origem da palavra paixão... é bem verdadeira.
Só sei me apaixonar adoencendo.

Beijosss!!!

Pattinha disse...

amei o seu post, primeiro que leio e o que eu achei mais divertido!
poxa, estou sem cavalos para domar no momento, mas já levei muito coice!

vem ni mim que eu tasco coice! foi ótimo.

eu curto filosofia e adorei as analogias.

:)

Ana disse...

Olá...
Adorei o post!!
Fiz uma busca rápida na Internet, encontrei milhares de artigos a respeito dessa metáfora do Platão...mas como estou no trabalho, li apenas algumas. A mais legal que encontrei, que seria talvez a continuação do que vcs colocaram, foi essa:
"(...)A carruagem puxada por dois cavalos, um branco e outro negro. O garanhão negro representa o amor egoísta, quando uma pessoa usa a outra para a autogratificação. Uma pessoa comandada pelo cavalo negro clama pela satisfação imediata dos seus desejos, sempre orientada pelo egoísmo. Se esse garanhão sombrio governa, ele perturba o equilíbrio da manada. Esse tipo de amor não conduz ao amor universal."
Não lembro o nome do site e fechei a janela, mas se jogarem esse trecho no google com ctza aparece...lá tem outras informações sobre amores, inclusive o amor platônico!!
Bjs

Ordem no Caos disse...

Muito interessante a metáfora...Não a conhecia. O mais bacana foram as analogias durante o texto...Como dizia um antigo amigo "para bom entendedor meia analogia basta"

Parabens Anna!!

Abraço a Todos

Ps.: só segurei a risada diante dos títulos reprovados porque estou no serviço srrsrsrs

Igor André
(ordemincaos.blogspot.com)

Marjory disse...

Antes uma mula sem cabeça na mao que dois pégasus voando Voto nesse!
HAHAHAHAHAHAH
muito bom o blog,o post,tudo!
adoreiii :D
serei seguidora,parabéns
beijosss ;*

D.Ramírez disse...

Não sei se cabe aqui, mas vou colar um comentario que acabei de fazerm juro, em um blog em que divagava sobre namorar ou nao.
Quase a mesma coisa, me corrija por favor se minha coldada aqui nao tem nada a ver com seu texto.

Ai vai o comentario que fiz em outro, pq é isso q sinto:

Namorar é bom demais,nao acho problema em achar a pessoa certa...mesmo trminados varios, todas foram certas, cada uma com um encanto, tenho as guardadas na mente, não durou nao por nao terem sido as certas ou erradas, mas a vida nos separou..ainda bem, pq senão não teria encontrado mulheres tao maravilhosas em minha vida.
E espero que todas tenham encontrado aquele que veio para durar ao lado delas.

Besitos

Raquel El-Bachá disse...

Eu nem estou mais procurando um cavalo agora. Eles que me procurem se quiserem.
Gostei da comparação entre os cavalos e as paixões.
Feliz Ano Novo para vcs do Divã!
Beijos.

Joshuatree disse...

Gostei muito de tudo isso. Essa coisa de blog é mesmo uma terapia a lê sobre experiências, poesia e sem no fim , tá uma sensação de alegria.

Vou voltar, Valeu o passeio por aqui.

Malaguetta disse...

os meus cavalos nunca foram quetinhos ;D
adorei as frases do final

Bell Bastos disse...

Olha, pra mim, o título que vocês colocaram no post ficou o mai legal. uahua

Acho que no meu caso, os cavalos são meio burrinhos sabe?

Raquel El-Bachá disse...

Gostei da comparação entre cavalos e paixões. Meu coração está tranquilo apesar das tentações. Os cavalinhos aparecem, mas estou me apegando menos. Quando eu me apego de verdade eles se tornam cavalos selvagens.
Feliz 2009 para vcs do Divã!
Beijos.

Alícia Nash disse...

Eu tenho um sério problema com cavalos... os meus vivem escapando!
Fazem um estragooo.
E pior é: como fica o orgulho de quem fez a aposta?

P.S.: Preciso de terapia! Ops, a terapeuta sou eu!
huauhauha
P.S.²: Quem sabe um dia...

Alícia Nash disse...

P.S.³: O nome do post não poderia ter sido melhor escolhido! Perfeito!

Flor disse...

Verdade, o que seria de nós sem amigos?

Alessandra Castro disse...

Bem, eu naum vou negar que procuro um garanhão. Uí.

Anônimo disse...

Ops Ana!
Eu vou precisar ter um pulso forte com um pagaré aí, hsuahsuhaushua

Estou pra avisar que o I'm just a girl... mudou de endereço

http://eusouapenasumagarota.blogspot.com

Vou linkar o divã lá, ok?


bjão

Marie Curie disse...

Hum, fica a aqui a minha pergunta: QUando um alazão, daqueles grande s e selvagens, aparecem na nossa vida, o que temos que fazer? Domá-lo, pois a sua força beira à destruição, ou deixá-lo solto, esperando que eventualmente ele se acalme?
Não sei, não sei...

Só sei que, minha linda, esse post está maravilhoso! Amei! Beijos mil!