quarta-feira, 14 de maio de 2008

Os Homens do Programa Super Nanny

Certamente, de forma proposital ou enquanto zapeava na TV, alguém aí deve ter assistido alguma cena do programa Super Nanny. Recapitulando, consiste em uma senhora que vai a um lar atormentado por adoráveis crianças, cujas mães sofrem constantemente com a indisciplina dos pequenos. Pois bem, sempre foi muito legal assistir, ainda mais eu, que piro em uma criança anarquista!! Ah...
Durante o programa, aparece a rotina da casa, cenas nas quais os rebentos quebram tudo, se esmurram, chutam o gato, batem na mãe, falam palavrões, se entopem de doces e fazem muita, muita manha. Geralmente a queixosa é a mãe, que expõe o problema, chora, e... tchan-tchan-tchan-tchan... reclama da falta de COLABORAÇÃO.
Enquanto isso, vários tapes são destinados ao marido; o gracioso aparece
a) no sofá, nas seguintes variações: - lendo jornal; esticado feito uma morsa e vendo tv; jogando vídeo-game;
b) no computador, sob a justificativa que “trabalha em casa”;
c) saindo para o futebol com os amigos.
Juro que num primeiro momento pode parecer um estereótipo de homem, mas meu... sai perguntando pras mulheres casadas, encarne o IBGE e questione o papel do marido na educação dos filhos ou na hora de tocar ordem no barraco. Quem tem o papel de totalitário, de abandonar o Piaget e aderir ao Pinochet (como diz uma ex-professora minha) é a mãe. O pai adora bancar o bonzinho, sentar as crianças no colo, entupir o diabético ou obeso de porcarias, dar um novo game pra criança na fissura do Playstation, rir quando faz birra... e aí aparece a Super Nanny e diz “nononono... nom pode!” Isso quando o pai se dá conta de que há alguma coisa abusiva no comportamento deles, porque muitos parecem surpresos quando a apresentadora chega lá, como se não houvesse motivos, fazem cara de ué. A plaquinha que aparece na testa de alguns é: “meus filhos, pestes? Imagina!”; outros, de tão omissos, tem na face um luminoso “Filhos, que filhos? Ah... sim”. Haja saco, né?
Não é a toa que a Nanny pega no pé dos cabras, aponta pra eles o quanto estão alheios a realidade de seu lar; quando se dão conta e se propõem a mudar, parabéns, mas em alguns casos, o sujeito descreve sua morada como um ninho de paz e harmonia.
Por essas e outras que não vejo tantas vantagens assim em um casamento, visto que é uma união com o propósito de, juntos, conquistarem mais coisas, compartilharem tarefas e momentos bons. Piada.
O segredo é que o “homem-Super Nanny” dá vestígios de seu comportamento (ou da falta deles) desde cedo. Olhos abertos, meninas!

P.S.: Aos pais que cooperam, cuidam muito bem dos catarrentos, meus parabéns! São raridades! Continuem assim!

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